Faleceu na primeira quarta-feira do mês de maio, dia 2, aos 74 anos, por problemas circularórios, Elídio Raimondi, proprietário do mais famoso boteco da Mooca, que inclusive leva o seu nome: Elídio Bar. Inaugurado há mais de meio século na rua Isabel Dias, o aconchegante estabelecimento fez história no bairro e em 2004, ganhou uma filial no Mercado Municipal. Elídio foi enterrado na manhã de ontem, no cemitério Quarta Parada.
Filho de imigrantes italianos, Seu Elídio , como era conhecido, nasceu em São Caetano do Sul e depois de se casar, mudou para a região da Vila Prudente e depois para a Mooca, onde, em 1959, abriu o Elídio Bar. Amante do futebol, transformou seu comércio em um verdadeiro museu futebolístico, com camisas, recortes de jornais e fotos históricas dos mais diversos clubes, mesmo sendo são-paulino fanático. Muitos destes artigos são autografados por alguns dos maiores ídolos brasileiros, como Pelé, que era seu amigo. Elídio também costumava promover encontros para homenagear e resgatar as histórias de antigos craques como Coutinho, Felix e Pepe. O último deles foi realizado no ano passado com o ex-goleiro e ídolo palmeirense Oberdan Catani.
Mas os atrativos do Elídio Bar não estão relacionados apenas ao futebol. O enorme balcão com variados petiscos vendidos por quilo, as inovadoras batidas e o chopp sempre muito bem tirado renderam prêmios gastronômicos.
Tudo isso, aliado ao ambienteintimista e à extrema simpatia do Seu Elídio transformaram o bar em ponto de encontro e verdadeiro reduto de jornalistas esportivos, políticos (inclusive o ex-governador e prefeito José Serra, leia abaixo), e outras figuras de destaque.
No entanto, engana-se quem pensa que apenas as personalidades recebiam atenção especial no bar. Seu Elídio fazia questão de servir os clientes, indicando petiscos, e não dispensava um bom papo. Quem o conheceu sabe que ele era capaz de falar, sem titubear, a escalação de vários times do passado, como a da equipe do Ypiranga de 1952. Também encantava as novas gerações com os antigos causos do futebol e tinha infinita paciência para explicar como conseguiu os artigos que decoravam seu bar.
Pela ligação com o esporte, o bar serviu de cenário para o premiado filme Boleiros - Era Uma Vez o Futebol , de 1998. Em 2007, o Elídio Bar ganhou o título de melhor boteco da cidade, concedido pelo júri da revista Veja São Paulo. No ano seguinte, após grande empenho do proprietário, o comércio na Mooca ganhou um moderno mezanino, que mesmo assim, manteve o ambiente aconchegante e futebolístico do local.
Elídio Raimondi deixa esposa, quatro filhos e três netos. Deixará também uma legião de clientes órfãos do seu atendimento mais que especial.
Mooquense José Serra lamenta a morte
Com o passar dos anos e a fama sempre crescente pela qualidade das iguarias servidas, o ambiente único na Mooca e o atendimento diferenciado, Seu Elídio se acostumou a receber entre seu público cativo, diversas personalidades, principalmente do mundo esportivo ou político. Um desses frequentadores é o ex-governador José Serra. Nascido e criado na Mooca, Serra sempre destaca em suas entrevistas pontos tradicionais do bairro, como o Elídio Bar que acabava virando uma extensão das reuniões com os subprefeitos locais no período em que foi prefeito e ponto de visita durante as campanhas eleitorais.
Na tarde de ontem, Serra encaminhou a seguinte nota à Folha sobre a morte: Fiquei tristíssimo ao saber da notícia. Na última vez em que disputei a Prefeitura, visitei o bar do Elídio durante a campanha e prometi a ele que, se ganhasse a eleição, voltaria lá como prefeito. Dito e feito: ganhei e voltei para levar meu abraço. Neste ano, queria fazer o mesmo. Pretendia passar no Elídio e renovar o compromisso .




2 comentários:
SAUDADES ETERNAS do Sr ELÍDIO!!!!!!!!!!!!
Gostava muito do que fazia, esta fazendo muita falta!!!!!!!!!!
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